São Paulo e CBF entram em embate por saída de Dorival Júnior
O São Paulo entende que a saída de Dorival Júnior trouxe prejuízos à equipe e quer que a CBF se responsabilize por isso.
São Paulo e CBF mantêm conversas que neste momento geram embate sobre os valores que a entidade terá que pagar como indenização pela saída de Dorival Júnior, novo técnico da seleção brasileira.
O treinador deixou o São Paulo no começo do mês de janeiro, quando aceitou o convite da Confederação Brasileira. Desse modo, o Tricolor precisou refazer o seu planejamento, que se baseava no trabalho de Dorival.
Um acordo em meio a esse embate parece difícil, já que São Paulo e CBF não abrem mão do que querem
O São Paulo quer que a entidade pague R$ 8,5 milhões, sendo apenas R$ 4,5 milhões o valor previsto em contrato. A quantia de R$ 1 milhão é equivalente à multa paga para tirar Thiago Carpini do Juventude, e o Tricolor ainda espera mais cerca de R$ 3 milhões, como uma espécie de indenização pelos danos ao clube.
A Confederação Brasileira de Futebol topou pagar apenas R$ 5,5 milhões, mas contesta o valor excedente. As partes, então, buscam um acordo amigável, mesmo sendo difícil.
Recentemente, a CBF convidou o coordenador de futebol do São Paulo, Muricy Ramalho, para assumir cargo semelhante na estrutura da Seleção. Apesar disso, ele preferiu continuar no Tricolor. A proposta aconteceu após pedido de Dorival Júnior.
Muricy e Dorival tem uma relação bem antiga, quando o primeiro lançou o segundo como técnico do Figueirense, no início dos anos 2000. Eles se reencontraram no ano passado no São Paulo, numa parceria que rendeu a conquista da Copa do Brasil, título inédito para o Soberano.
O treinador já recusou a seleção antes, mas garante que não se arrepende disso. Agora, ele decidiu priorizar o São Paulo, já que a equipe acabou de perder o próprio Dorival Júnior.
As coisas que as pessoas mais me perguntam é se eu me arrependi de não ser técnico da Seleção (ele foi convidado em 2010, quando estava no Fluminense). Eu falo que não. Eu sou um cara que se é aquilo, é aquilo. Agora eu fui convidado de novo. O Dorival me convidou de novo. Eu falei: “Dorival, você vai me desculpar, cara, mas já perdemos você. E eu vou sair também? Isso pro São Paulo vai ser um desastre. Eu estando aqui vou manter o que você deixou pra gente. Vou te representar aqui – disse Muricy.
O ídolo Tricolor completou detalhando a proposta. Além disso, Muricy fez questão de reforçar o seu vínculo com o São Paulo, que inclusive foi renovado recentemente.
Seria para ser coordenador, ajudar de perto no dia a dia. O grande problema é que eu sou radical na palavra. Se eu falar pra você que hoje a gente vai conversar, hoje a gente vai conversar. Pode ser o papa falando que eu não vou, mas eu vou conversar sim. É a minha palavra. É a minha vida, eu fui criado assim com o meu pai. O que eu assino eu tenho que cumprir – completou ele, sobre seu vínculo com o São Paulo.
Dorival assumiu o comando da Seleção em janeiro, depois do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, voltar ao cargo. Isso aconteceu graças a uma liminar no STF, já que a eleição que sacramentou seu cargo é alvo de uma batalha jurídica que chegou a afastá-lo no fim de 2023.
Thiago Carpini ficou com a vaga de Dorival Júnior no comando técnico do São Paulo. Em sua apresentação, ele fez destacou a presença de Muricy e chegou a dizer que espera que ele seja o seu “Telê” – referência ao histórico treinador do São Paulo, Telê Santana, que foi uma espécie de orientador para Muricy no começo de sua carreira como técnico, nos anos 90.
Deixe seu comentário