Ícone do futebol e ídolo tricolor: os 110 anos de Leônidas da Silva

Com Leônidas como estrela maior, a "moeda caiu em pé" e o time ganhou cinco campeonatos paulistas em sete anos (1943, 1945, 1946, 1948 e 1949)

Maior jogador do Brasil até o surgimento de Pelé, Leônidas da Silva – O Diamante Negro – era um atleta veloz e com altíssima capacidade técnica. Além disso, o craque possuía ótima impulsão e elasticidade, característica que lhe rendeu o seu segundo apelido mais famoso: Homem Borracha. Nesta quarta-feira, Leônidas da Silva completaria 110 anos.

Tradicionalmente considerado pelos cronistas nacionais como o inventor da bicicleta – o fato é controverso, pois teria realizado o movimento pela primeira vez em 1932. Se não inventou, certamente imortalizou e consagrou a jogada -, Leônidas da Silva jogou futebol de 1930 a 1950, passando por muitos times, entre eles Peñarol (Uruguai), Vasco da Gama, Botafogo, Flamengo e, por fim, São Paulo, onde se tornou ídolo maior.

Leônidas da Silva completaria 110 anos nesta quarta-feira.

Nesta quarta-feira, 06 de setembro, o craque Leônidas da Silva completaria 110 anos
Foto: Arquivo Histórico do São Paulo FC

O atleta defendeu a Seleção Brasileira com com muito sucesso entre 1932 e 1946, disputando duas Copas do Mundo e sendo artilheiro de uma delas, em 1938, com sete gols. Poderia ter disputado outras duas Copas, mas a 2ª Guerra Mundial impediu a realização das edições de 1942 e 1946.

Foi contratado pelo São Paulo após sair do Flamengo, em 1942, na transação mais cara da história do futebol sul-americano até o momento, pelo valor de 200 contos de réis (em valores convertidos e corrigidos, aproximadamente 195 mil reais). Por causa de sua idade e tempo sem jogar, os rivais não acreditavam que Leônidas renderia.

O diamante negro foi anunciado pelo São Paulo em 1 de abril de 1942. Dia da mentira. Muita gente não acreditou que a contratação fosse verdade. Poucos dias depois, porém, em 10 de abril, o craque chegou na Estação do Norte (Roosevelt), no Brás, recebido por uma multidão de 10 mil pessoas que o conduziu nos ombros até a sede do clube, na R. Dom José de Barros, no centro.

Estreia pelo Tricolor

O craque estava há mais de um ano sem disputar partida oficial, e a estreia no Tricolor demorou a acontecer. Leônidas então passou por um período difícil de regime e treinamento condicionado. A tão esperada estreia se deu em 24 de maio de 1942, em um empate em 3 x 3 contra o Corinthians, que resultou em recorde de público do estádio até hoje (70.281 pagantes).

A princípio, Leônidas não jogou tão bem. A imprensa e os adversários zombaram dele com uma piada de que seu marcador no jogo, Brandão, teve problemas com a polícia após sair de campo com um diamante no bolso. Leônidas revelou posteriormente que, tão enervado que ficou, prometeu nunca mais jogar “mal” contra eles, e assim fez. Em seguida, foram 10 vitórias contra cinco derrotas e 11 gols marcados em 19 jogos contra o Corinthians.

O sinal de que a vinda de Leônidas foi abençoada e que sua passagem pelo Tricolor daria certo veio posteriormente, na terceira partida do centroavante pelo clube. Contra o Palestra (14/06), Leônidas marcou o único gol do São Paulo na partida de maneira espetacular e tão particular, marca registrada do jogador – um gol de bicicleta -, que levou o locutor Geraldo José de Almeida à loucura.

A contratação de Leônidas e a era de ouro por ele desencadeada podem ser consideradas um marco de consolidação do São Paulo como um clube verdadeiramente grande. Com Leônidas como estrela maior, a “moeda caiu em pé” e o time ganhou cinco campeonatos paulistas em sete anos (1943, 1945, 1946, 1948 e 1949), sendo reconhecido aonde fosse com a alcunha de “Rolo Compressor”, definitivamente estabelecendo-se como potência do futebol nacional.

Pós aposentadoria

Leônidas ainda teve curta passagem como técnico de futebol do próprio São Paulo e da Confederação Brasileira de Desportos Universitários. Em seguida, adentrou no jornalismo como comentarista esportivo, passando por TV Paulista, TV Record e Rádio Panamericana. Desse modo, Leônidas venceu sete prêmios Roquette Pinto como melhor profissional em sua especialidade. Em 1987, Leônidas foi condecorado com a comenda da Ordem Nacional do Rio Branco. O ídolo são-paulino nos deixou com eternas saudades em 24 de janeiro de 2004, quando faleceu, em Cotia (SP). Caso estivesse vivo, porém, Leônidas da Silva completaria 110 anos nesta quarta-feira (06).

Jogos disputados pelo SPFC: 211 (137V, 36E, 38D)
Estreia: 24/05/1942 (São Paulo 3 x 3 Corinthians)
Último jogo: 23/12/1950 (São Paulo 2 x 1 Nacional)
Gols Marcados no SPFC: 144 (8º maior artilheiro do clube)
Nascimento: 06/09/1913. Rio de Janeiro (RJ).
Falecimento: 24/01/2004. Cotia (SP).

Títulos conquistados no SPFC:

  • Campeonato Paulista de 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949.
  • Taça dos Campeões Estaduais Rio de Janeiro-São Paulo: 1943, 1946 e 1948.
  • Taça Cidade de São Paulo: 1944.
  • III Olímpíada Tricolor: 1944.
  • Taça Coletividade Brasileira, Paraguai: 1945.
  • Taça Cia. Internacional de Capitalização: 1946.
  • Taça Argemiro Ribeiro de Oliveira, Barretos: 1946.
  • Taça Cid de Mattos Vianna, Minas Gerais: 1946.
  • Taça Amizade, Rio de Janeiro: 1946.
  • Taça Governador Octávio Mangabeira, Bahia: 1947.
  • Taça Castelões, Ribeirão Preto: 1947.
  • Taça Dr. José Ribeiro Fortez, São Joaquim da Barra: 1948.
  • Troféu Casanova, Barretos: 1948.
  • Taça Corante Wilson, Paraná: 1949.
  • Pentagonal Rio-São Paulo – Taça R. Monteiro: 1949.
  • Taça Presidente Cícero Pompeu de Toledo, Bauru: 1949.
  • Troféu Filhos de Araçatuba, Araçatuba: 1949.

Fonte: saopaulofc.net

22 anos, soteropolitana e jornalista. A paixão pela comunicação corre nas minhas veias desde sempre. Nascida e criada na terra da felicidade, o intenso amor pelo São Paulo chegou até a mim graças ao Ídolo Rogério Ceni, ainda criança, e assim seguiu pelo resto da vida. Acredito que o jornalismo e o futebol tem o poder de mudar vidas, e esse é o meu grande próposito.

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